Acordei de um jeito errado de um sono meio sem jeito.
Um sonho louco apagou as cores do dia. Foi tudo preto, branco e cinza. Coloquei os pés no chão querendo tirá-los para cama de volta. O chuveiro me encarou de forma estranha. A água caia com arrependimento, harmoniosa e gelada. Não olho meu reflexo na poça no chão. Não olho ninguém com esperança. Ninguém me olha. O meu sorriso agora é só um rasgo na pele. Uma cicatriz sem vida. Uma máscara tapando angustias. Um sorriso de chumbo. Pesado como os planos impossíveis que levo no peito. Será que são impossíveis mesmo?
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