Dia tranquilo...
Daqueles que não terminam porque nem chegam a comçar...
tanto marasmo que é sem graça...
Quando acordo sinto o tempo parado...
Vento fraco...
Quero acordar um dia sentindo um furacão dentro de mim...
O que não deixa dormir...
O que não deixa pensar...
Vento forte...
Batendo janelas, quebrando vidraças...
Tempestade desvairada, descuidada...
Que destrói espinho mas não toca em rosa...
Que deixa o belo intacto, imaculado...
Que devasta solidão...
Que carrega afliçao...
Que vai embora e limpa a alma...
Que te deixa leve...
Que te deixa lento...
Que te ordena o pensamento...
Tempestade de alegria...
Que te tira ruga...
Que lágrimas enxuga...
Que te faz não pensar em nada, não ter razão...
Que te aumenta o coração...
Pra você ir sem medo...
Quero acordar Ventania...
Pra carregar o amor...
Pra espalhar harmonia e tirar rancor...
Quero acordar como a nuvem negra pra descarregar a chuva...
Pra desaguar toda trizteza no solo e nele semear...
O tornar fértil...
E depois dormir na noite escura e misteriosa...
E acordar como brisa...
E descobrir que eu posso ser a natureza...
Descobrir que tudo termina bem.
Amanhecer com sol no rosto...